Ele estava com dificuldades de
abrir o sutiã com uma só mão. Talvez estivesse um pouco frouxo, ou talvez aquela boca no seu pescoço o
desconcentrasse. Eles entraram no quarto empurrando a porta que bateu forte
contra a parede. Ela sentia-se úmida, como se gozasse antes mesmo daquele
viadinho magrelo fazer qualquer coisa.
Quando se deitaram na cama, ele jogou as revistas em quadrinho no chão.
Só se ouvia o som dos suspiros e gemidos, que eram soltos naquele ar quente e
úmido. Com os olhos virados, o garoto sentia aquela mulher brincar com a
mão. Nunca tinha sido igual. Sua cueca
já estava apertando, ele não se aguentava mais. Ela mordia sua pele deixando pequenos
vermelhões. Aquilo doía, mas ele queria que doesse, não queria que aquela dor
passasse. Queria sentir aquilo em todo seu corpo.
Ela se deitou ofegante na cama, e deixou que ele a beijasse. Ele descia com a boca até chegar naqueles
seios fartos e pontudos e enquanto passava a língua naqueles mamilos rosados,
sentia o gosto de suor misturado com um gosto estranho que devia ser de algum
perfume barato.
Pouco a pouco eles se despiam. Jogavam
no chão, roupas molhadas, quentes, amarrotadas. Ela era obviamente mais
experiente que ele, mas o magrelinho sabia o que fazia.
Ela o beijava sentada em seu colo,
sentindo o corpo dele pulsar dentro do seu. Ele sentia o gosto de cigarro que
vinha da boca dela, sentia o suor correndo na sua testa, as unhas rasgando suas
costas e aquele calor em seu ouvido.
Ela segurou na cabeceira da cama, sentia o corpo daquele menino sobre suas
pernas, um menino magro, que não devia ter seus dezenove anos. Ele, por sua
vez, via uma quarentona descabelada, com maquiagem borrada, dentes amarelados e
seios que começavam a balançar mais que o natural.
Ele berrou como um animal no cio quando terminou. Ela estava satisfeita. Aquela
respiração difícil musicava o quarto daquele
adolescente-quase-adulto-que-já-sabia-fazer-gozar. Ela levantou, passou a mão
nos cabelos loiros tentando-os fazer parecer arrumados. Foi até a janela e
acendeu um cigarro.
- Não te preocupa, teus
pais não vão sentir o cheiro aqui não, a fumaça ta saindo pela janela.
- Me dá um – disse ele,
levantando da cama.
- Tu não disse que não
fumava? Não quero te botar no vício garoto.
- Não fumo, mas gosto de
colocar o cigarro apagado na boca. Me dá a sensação de que to cumprindo todo o
ritual, com todos os clichês.
Ele colocou o cigarro na
boca, e serviu conhaque em dois copos.
-Você vai vir aqui semana
que vem? - Perguntou ele, oferecendo um dos copos.
Ela soltou fumaça, deu um
gole grande, passou o punho nos olhos.
- Tu não devia se apegar
guri. Tu sabe que eu não to disponível pra esse negócio de vida a dois.
- To sabendo – disse ele, mexendo a mão fazendo o gelo do conhaque tilintar – Só
pensei que, talvez a gente pudesse se ver pra mais uma bem dada.
-
A gente vê. Te cuida criança - Ela disse
apagando o cigarro, e procurando suas roupas.
Quando ela saiu, ele deitou-se na cama, ainda nu, e ficou um tempo imaginando
como seria se ela sentisse por ele, o que ele sente por ela.
Tratou de dormir logo, em três horas ele tinha terapia. Mais um dia pra ficar
uma hora em silêncio dentro de um consultório.
hmm, adorei (66' ; Esse final está bem misterioso man...
ResponderExcluir