31 de julho de 2012

16 de julho de 2012

25.11.12

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Um dia, olharei nos olhos do meu filho e direi:
- Não existe sonho que não se possa realizar, confie em mim, eu sei o que eu to falando.

9 de julho de 2012

Rouge à lèvres

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Quando uma mulher está excitada, em meio a orgasmos, sua boca se escuresse. O tom rosado de sua pele já não se é visto em seus lábios. Apenas o vermelho do sangue que foi jorrado para a boca por aquele gozo. Mulheres, há muito tempo, pintam seus lábios para, quando forem vistas, sejam lembradas com a sensualidade e a beleza de sua vagabunda interior. Aquela que urra enquanto lhe metem no cu. Aquela que arranha a cabeceira da cama e sorri a cada metida que lhe transpassa a boceta. Aquela que entra em um vestido até o pé, veste suas frases moralistas e bem feitas, julga a tudo e a todos, mas que jamais conseguiria abandonar o vermelho de seus lábios.

5 de julho de 2012

É campeão caralho!




A carne estava mal passada, ele não gostava disso. Mas também pudera, aquele bando de animais esfomeados não aguentam esperar alguns instantes para a carne ficar no ponto. Todos comiam enquanto sujavam os beiços com farofa. Suas mãos gordurosas secavam o suor da testa com um pano de prato. Era possível ouvir o som do ar saindo das ventas daqueles que, de boca cheia, comentavam os lances do jogo.
O bar estava um tanto quanto lotado, mal se via a TV e não era possível escutar a narração, mas que escolha tinha ele, a luz de sua casa fora cortada há uma semana, e o desgraçado do Seu Elias atrasou o pagamento de novo. Pião de obra tem que se foder mesmo.
Pra completar a mesa estava meio torta, a cerveja não se equilibraria em cima senão fosse alguns livros no pé do móvel.
E por falar em livro, o filho do dono do bar não estava no salão. Pra variar! O moleque não gostava muito de futebol, ele ficava em casa lendo uns livros estranhos em outra língua, devia ser inglês ou francês, sabe-se lá. O pai envergonhava-se muito por isso. E quem não se envergonharia? Todos os rapazes do bairro estavam ali, menos o viadinho estudado.
Falta. Juiz ladrão da porra. Por mais que a visão de todos ali já estivesse meio turva, era nítido que o juiz roubou.
Finalmente uma carne no ponto chegou no prato do pião. Esse mês o dinheiro não deu pra comprar a mistura, ver toda aquela fartura por conta da casa era uma maravilha.
Fim do primeiro tempo. Os urros descontentes com o zero a zero tomavam conta do local. No intervalo, algumas noticias sobre a enchente no bairro vizinho, algumas coisas sobre aquela roubalheira de Brasilia, algumas greves... enfim, nada que fosse de relevante para que se prestasse atenção naquele momento, tudo coisas do cotidiano.
Começa o segundo tempo. Ouve-se fogos de artificio e alguns tiros pro alto. O pião sabia quem era quem tava armado, mas melhor ficar na sua. Em boca fechada não entra mosca e nem bala.
Avistava-se subindo a viela, bufando feito uma vaca brava, a mulher do pião, ela subiu pra falar que vieram de novo cobrar o dinheiro que o filho devia e que a escola tinha ameaçado ligar pro conselho tutelar se o rapaz continuasse faltando daquele jeito. O marido pediu para esperar até que o jogo acabasse, então ele resolveria tudo.
Bola no avança no meio de campo. O pião sentia que aquela era a hora. Bola dentro da grande área. a voz do interlocutor se acelerava. O caminho tava livre. Passe de bola. O jogador corre. Coração na mão. Goooool. Comemoração. Todos berravam. O pião gritava até sua voz se perder. Aquele foi o momento que ele percebeu que sua vida não poderia ser melhor.