26 de julho de 2011

Aquele que deu errado


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Eu sou sua Aberração,
Sou a mosca que lhe poisa.
Pra não ser o que eles são,
Ah, qu’eu seja qualquer coisa

Sou madame Bovary,
Sou Fiel, sou Capitu
Com angústias me garri
não foi seda, mas Tatoo

Sou perdido nesse mundo
Eu sou vômito d’um bêbado.
Na desordem eu me afundo.

Flores murchas, secas folhas
Sou um monstro, sou sozinho
Esperando que me acolhas

(Ewerton Correia)

4 de julho de 2011

ele amou. ela não viu.

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Ele era um garoto invisível. Sozinho. Nunca foi percebido, afinal não passava de um simples e indiferente garoto invisível. Ele ficava horas em frente a um espelho, mexia-se como se provasse um smoking elegante, sonhava com o dia em que sua imagem apareceria refletida e ele veria a cor de seus olhos. Ele queria que fossem pretos. Como os olhos da garota de cabelo vermelho. Fazia tempo que ele a tinha conhecido. Ele a namorava. Ela não sabia. Era segredo. Uma vez ele pensou em vê-la no banho, mas se conteve. O garoto invisível queria esperar um dia especial. A garota do cabelo vermelho chorava muito, certo dia. Ele até sabia por que. Mais uma vez o garoto da blusa marrom a magoou. Quando ele ficasse visível, aquele cara ia ver só. No entanto, naquele momento, ele deveria ser esquecido. O garoto invisível beijou a face da garota. Era ele quem estava lá em todos os momentos. Faça chuva, faça sol. Ele também já chorou, mas ela, nada fez. Ele era apenas um garoto invisível. Todas as cartas que ele escreveu, ela não leu. Todo sorriso que ele deu, ela não viu. Toda vez que ele secou suas lágrimas, ela não percebeu. Ele lhe contava todos seus segredos, ela não ouvia. Ele contava seus problemas, ela não se importava. Ele era apenas um garoto invisível. Um dia ele a abraçou, isso ela sentiu. Ele quis contar para todos, cochichar com seus amigos. Mas não, ele não tinha amigos. Tolo, ele não imagina o tanto de garotos invisíveis que existem por aí.