29 de novembro de 2010

good enough for you

Estou caminhando sobre um trapézio, com aquela estranha sensação que sempre está comigo, aquela estranha sensação que me faz sentir que eu não sou tão bom quanto imaginava, e que nunca poderei ser bom o suficiente pra ninguém; talvez viver só seja apenas meu destino, ou sei lá que nome se dá a essa maldita série de certezas e incertezas que se desenrola ao longo da vida... amar é algo tão complexo, como pode ser possível? Sinceramente já não sei. Sou o poeta que escreve versos para que proclames para seus amores, sou o pintor que sob os pincéis deixa seus traços para adornar o quarto onde serás feliz com outro alguém, sou o ator que lhe diz textos apaixonados, e que ouve respostas lindas (mesmo você pensando em outro quando os diz). É, acho que não sou bom pra ninguém, o jeito é desencanar, deitar numa cama de casal faltando o seu corpo lá, tapar meu nariz para não sentir o cheio de felicidade que você deixou e continuar gritar aquela música que me faz esquecer você. Não sou bom pra ninguém, devo me acostumar com isso. E lá em cima do trapézio, me desequilibro ao lembrar que talvez, eu não seja bom o suficiente nem pra mim.

23 de novembro de 2010

morto nas suas lembranças



Eu te vi, linda, sorridente, com seus traços perfeitos. Percebi o quanto não sou mais nada para ti. Aposto que quando você me olha, você recorda do meu rosto, mas não da nossa vida. Porque será que depois de tanto tempo, te encontrar mexe tanto comigo? Queria nunca mais te ver, afogar você junto com todas as lembranças do que vivemos juntos. Ah, malditas sejam todas as lembranças! Por que cada momento contigo é intocável na minha memória e permanece intacto e vivo na minha mente? Só em pensar que esses momentos jamais voltarão... Odeio ter que ser refém de tudo isso.
Por outro lado, gostaria de te ver todo dia. Tomar altas doses do seu cheiro e me alimentar do seu sorriso. Cada lembrança viva em meu coração mas morta em você.
Enquanto penso isso, caminho numa estrada, cambaleando com as pernas bambas. Olhos marejados, sem chorar, meninos grandes não choram. Vento bagunça meu cabelo. Sinto seu cheiro. Saudade. Vontade de voltar no tempo, e viver cada momento dando replay.
As vezes te procuro em outras pessoas. Mas você nunca está lá. Estou preso nesse inferno de saber que nunca poderei ser feliz como eu um dia fui.

9 de novembro de 2010

levante, sempre vale a pena bradar, é hora, alguém tem que falar

Cale-se Juventude. Já não vale a pena expor o que se acredita. Aceitemos. Tudo aceitemos, tudo o que não concordamos é apenas um detalhe que devemos acatar. O silêncio toma posse da garganta e sufoca o coração que grita por mudanças. Não se ouve mais cantos pedindo que o Cálice seja afastado. Os caracóis dos cabelos devem ser alisados. Esquecidos. Sorria e ignore a realidade que te assombra. Use seus óculos escuros olhando para o dia chuvoso. Cuidado com a insolação imaginária.
Exilados em seus próprios mundos de visão limitada. Não vejam o que lhes é exposto, aliás não queiram ver. Sua vida já está boa o suficiente com as meias verdades.
O sapato aperta, não troque o sapato. Abra mão de seus dedos. Afinal, levantar a voz para pedir o numero maior cansa, e é chato, é preferivel descer até o chão. Saudade de quando estudantes ao pintar seus rostos, clamavam por mudanças e não buscavam apenas o volume intenso.



NÃO ACOMODAR COM O QUE INCOMODA