5 de outubro de 2011

O eu que não é Arte

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Sinto fome de arte
Tire o vento do meu peito para que caiba mais Arte
Eu não preciso de todo esse carbono e amoníaco
EU
PRECISO
DE
MAIS
ARTE

Tire o sangue das minhas veias
quero que agora o Teatro me transcorra
Tire os olhos da minha face. Coma-os.
Sem eles, passo a ser guiado apenas pela minha Arte.

Troco minhas costelas por sonetos.

Sinto meu corpo pesado,
tantos órgãos inúteis dentro de mim,
nenhum deles é Arte
Tudo pesa,
tudo me nauseia.

Quero vomitar meu pâncreas, meu fígado e meus rins.
Quero carregar dentro dessa minha carcaça 
apenas a dor da minha Arte.
Tudo que for eu e não for Arte,
eu quero que morra
apodreça
se decomponha.

E que quando eu estiver morto
quero que meu corpo 
não seja apenas carniça,
mas sim, o mais perfeito
Templo da Arte.

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