24 de junho de 2011

Vestibular

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Ele estalava os dedos em frente à tela do computador. Ela estava atrasada, cuido que cinco ou dez minutos. Devia ter pegado trânsito ou algo do tipo. Ou talvez, a internet deve estar com problemas. Diversos pensamentos e desculpas eram criadas a cada segundo na cabeça do rapaz, até o instante e que ela entrava. Ah, a partir daí, ele não queria saber de mais nada. Ele passava o dia esperando aquele momento, o momento de olhar para aquela janelinha e rir à toa. Todos que o olhavam não entendiam. Apenas os dois entendiam, apenas os dois. Ela chegou, tinha tirado uma foto nova, ele ficou parado uns vinte segundos, olhando para aquela junção de traços. Não digo que ela era extremamente linda, mas para ele... ah, para ele, ela era perfeita.
Todos os dias quando eles conversavam, era tão mágico. Aquele dia não foi diferente, ela chegou cansada, explicando o motivo do atraso. Ele se sentia tão bem em ter alguém para reclamar daqueles malditos exercícios de química. Os dois riam fazendo as piadas mais nerds que poderiam ser criadas. Como era cômico saber que a lombada é um buraco elevado a menos um. Ela contava sobre todas as aulas do cursinho, enquanto ele fazia um paralelo com as suas. O vestibular estava tão perto, tanta coisa mudaria.
A cada dia que passava, ele sentia mais falta dela. Não é bonito de se contar, mas algumas vezes ele deixou de estudar algumas coisas só para ficar por alguns minutinhos com ela. E quando digo "com ela", digo apenas olhando a tela do computador, que a cada momento transformava-se com novas frases que o deixavam hipnotizados.
Ele em São Paulo, ela no Paraná. Ambos ligados, ambos apaixonados, ambos enfeitiçados. Ele queria fazer uma surpresa pra ela. O rapaz prestaria o vestibular da cidade dela, e esse era um dos principais motivos pelo qual ele se esforçava tanto para entender aquela hidrostática maldita. Quantas vezes ele já não pensou em desistir, mas permaneceu firme. Por ela. Além da faculdade, estar perto dela era um sonho. Ele se doava tanto por isso. Apenas um abraço, seria o suficiente para ele ficar incrivelmente feliz. Às vezes ele imaginava como devia ser o abraço dela, o gosto de seu beijo, o sabor do seu perfume. Às vezes ele se pegava ensaiando como seria o primeiro "oi", ou o primeiro "te amo" cara a cara.
As noites iam passando, ela rindo das piores besteiras que ele contava. Ele, por sua vez, alimentava-se daqueles doces risos.
Passado o vestibular, o dia mais aguardado era o dia da lista. A lista que o faria incrivelmente feliz ou apenas adiaria o sonho, por mais um ano. Coração palpitava. Ele suava. Tremia. E la estava, seu nome, seu lindo nome entre os outros. Ele conseguiu.Ele passou no vestibular do Paraná. Ele se veriam. Ele a beijaria. Ele a teria pra si.
Contou os segundos pra contar a novidade pra ela. e quando ela finalmente entrou ele foi logo dizendo:
- Tenho uma novidade *---*
- Eu tbm amr *----------------* e a minha é mto melhor que a sua.

Ele riu, claro que não era melhor... mas ele era cavalheiro, ela poderia falar primeiro.
- Sabe oq é amor? eu passei no vestibular de São Paulo, VAMOS NOS VER *---------*

2 comentários:

  1. O começo vc pegou a minha história com a Mari né? fala sério, tá identico FDP.

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  2. tenho uma historia de três anos assim!! mas passou, não por completo, mas passou! agora ele vive a vida dele, na faculdade dele com 19 anos, enquanto eu ainda to no ensino médio com 16.
    AMEI a historia, muito mesmo! PERFEITO! palmas para vc!

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