22 de dezembro de 2012

SZ - 1906

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Sim, eu estava chorando. Meu riso foi condenado a estampar minha face, meus lábios já não podem se tocar desde que provaram o cheiro dos seus, desde então convivem separados por uma enorme sequencias de dentes. Eu estou chorando. Eu apenas sinto-me feliz, bem, seguro. Eu lembrava-me das suas mãos. Brancas e delicadas mãos. Elas flutuavam sobre o mármore da mesa, enquanto a minha timidamente se apresentava. Eu tinha vergonha confesso, mas eu necessitava entrelaçar meus dedos nos seus, meu sorrir no seu, minha respiração na sua, minha alma na sua. O tremor dos seus lábios roubava-me o foco, o azul dos teus olhos envolvia-me como o infinito do céu que devora pássaros, nuvens e sonhos. Sua voz acariciava meu sorrir, com o veludo já cantado pelos poetas. Sua mão perdida no frio da mesa dançava uma valsa que não se podia escutar. E quando finalmente toquei-a, senti como se meu mundo se ligasse ao seu, aquele meu indicador no seu polegar gritou ao tempo que a vida seria diferente dali então. Nossas mãos se gostaram, e o encaixar perfeito me mostrou que era ali onde eu deveria estar. Pouco a pouco as mão se tornaram intimas, se tornaram uma, até que você apertou a minha. Aquela apertão dizia algo como: "eu to aqui", "eu quero estar aqui", "eu estou contigo".  Sim eu estou chorando. Choro porque me lembro de como estou feliz, e há quanto tempo não me sinto bem assim, choro porque quando lhe toquei a mão, entreguei-lhe minha alma, e agora ela está muito melhor guardada. Nosso primeiro beijo foi aquele toque de mãos.

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