5 de outubro de 2012

Ao meu travesseiro

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Nada se ouve além do assobio do silêncio e vez ou outra, o barulho dos meus movimentos na cama, ou talvez minha respiração tristonha. Se pudessem ouvir dentro de mim, a cidade não dormiria. No meu peito a dor de uma metade. Na minha mente um caos de medos, dúvidas, indagações, incertezas e essa saudade de você. Essa maldita saudade do que nunca se teve. As luzes estão apagadas para que ninguém veja meus olhos vermelhos, nem meus cílios molhados. Todos acham que meu riso se mantém no escuro, mas só eu sei quantas luzes já apaguei para que ninguém veja meu pranto. Ouço nos fones de ouvido aquela mesma música que você me mandou. Sinto seu cheiro nela. Mas você não está aqui. Abraço meu travesseiro com tanta devoção que um dia ele ainda vai se tornar você enquanto eu durmo. Nesse dia eu acordarei e te encontrarei olhando meu rosto velando meu sono. Ouvirei um bom-dia com um sorriso bobo, talvez eu vire o rosto como quem quer continuar dormindo, mas não se engane, eu só quero que você me dê um beijinho manhoso, me faça  cócegas e se aconchegue nos meus braços para sentirmos nossas peles nuas se tocarem, se conectarem, se amarem. Só então poderei dizer: Eu te amo.

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