7 de maio de 2012

Foi assim que morreu Romeu


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Podiam procurar nas camas desarrumadas. Podiam procurar nos parques e restaurantes que eles frequentavam. Podiam procurar no país, ou até mesmo no planeta. Jamais os encontrariam. Naquela noite, eles fugiram pra um outro planeta. Era um planeta diferente desses que lemos em livros de astronomia. Ninguém sabia que ele existia, apenas os dois. De fato não tiveram muito tempo, as malas foram feitas às pressas. Nem o oráculo do mais profundo atlântico saberia dessa fuga. No esconderijo, não precisavam de muita coisa, apenas lençóis brancos e suados, alguns livros, e xícaras para o café. Não existia ar nesse lugar. Aqueles dois amantes respiravam o seu amor. Aquele amor os mantinham vivos. 
Naquele planeta, eles decidiam tudo, viviam sem julgamentos, reprovações e a maior distância que existia entre eles era a distância de um olhar. Suas almas se conectavam. Um só eremita de dois corpos naquela vastidão de terra inabitada e inacabada pela criação de Deus. Suas bocas eram íntimas. Seus pupilas eram irmãs. Suas respirações rimavam. Eles se comunicavam por batimentos cardíacos. Naquele planeta, aqueles dois eram a forma mais bela e divina do amor. 
Aqueles dois amantes respiravam o seu amor. Mas um dia, nasceu o medo.
O medo matou o amor.
Suas gargantas secaram. Suas narinas se fecharam e Romeu deitou sobre o corpo gélido e frágil de quem mais amou. Suas mão se trançaram.  E enquanto o amor os fez viver, a sua falta os entregou aos vermes.

Um comentário:

  1. " E enquanto o amor os fez viver, a sua falta os entregou aos vermes." Profundo, parabéns. simplesmente amei.

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