7 de abril de 2012

Título



Venho de um país, onde não se pode escrever a palavra "grande" com letras pequenas, nem tampouco a palavra "pequeno" com letras grandes. Venho de um país onde é expressamente proibido escrever a palavra "rosa" de caneta preta, ou então escrever "verde" de caneta azul. Venho de um país, onde a palavra "metade", deve ser escrita apenas por "met". No meu país, não existe separação silábica para a palavra "junto"  e as letras de "separado" nunca devem se encostar. No meu país, quando se vê um rabisco no meio de um texto, tem-se a certeza de que lá está escrito "ilegível". Lá no meu país, não existe a forma cursiva das letras A, O, M, F e R, para que nenhum engraçadinho tente escrever "forma" com letra de mão. Lá da onde eu venho, a palavra "oxítona" se pronuncia "oxitoná" e a palavra "paroxítona" vira "paroxitôna". No meu país, a palavra "parágrafo" deve ocupar umas cinco linhas, e se precisa de muito papel, para se escrever a palavra "livro".  Lá no meu país, existem papeis impermeáveis, para que seja possível escrever a palavra "líquido" e papel em forma de saco, para escrever a palavra "gás". No meu país, é preciso usar uma luva térmica para escrever "calor" e usar um belo cachecol xadrez para escrever "frio".Venho de um país, onde a palavra "infinito" não tem fim, e a palavra "fim", ah, essa nem começa. 
Venho de um país, onde não se pode dizer "eu te amo", sem realmente amar.

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