24 de dezembro de 2011

Ele era um atrapalhado.


Ela deitava sobre o colo dele com uma cara de boba. Seu olhar estava perdido no infinito. Nos seus olhos, via-se um brilho por entre a maquiagem escura. Ele acariciava aqueles cabelos macios e trançados e ouvia o que ela tinha a dizer. As palavras saiam de modo estranho, ela não fechava muito a boca pra pronunciar o "u", nem tampouco o "o", o sorriso estampado na sua cara não deixava. Ela contava sobre seu novo namorado, falava como ele era gentil e doce e amável e surpreendente e educado e romântico e...
Ele apenas ria de todos aqueles elogios, idealizações, promessas de um futuro perfeito. Ela estava tão feliz, ele gostava de quando sua amiga sorria tanto por causa de algo. Ele só queria que aquele novo rapaz a fizesse muito feliz. 
Ela rolava pela casa, contando histórias e, às vezes, interpretando algo que só as palavras não seriam capaz de contar, como o modo que o namorado lhe pegava pelos cabelos... Ele sorria, fazia uma piada aqui, outra ali, mas ela nem se importava. Ela sabia o quanto seu amigo era um palhaço, um pobre rapaz que não sabia falar sério.
A hora ia avançando e ela tinha que ir encontrar o seu Romeu. Foi uma despedida rápida. Ela saiu entusiasmada. Ansiosa. As mãos suavam.
No fechar da porta, ele deitou na cama, fechou os olhos e pensou no quão feliz ela estava. Apertou uma almofada contra o peito. Chorou. O que ele não daria para estar no lugar daquele outro?
Os fogos subiam. Jingle bells, era noite de natal.

2 comentários:

  1. MUIITOOOOOOO LINDOOOOO !!! amei,amei,amei,amei

    ResponderExcluir
  2. Poutz, difícil ser o melhor amigo...
    Difícil ser sincero sobre o que sente também!
    Enfim... Você entendeu!

    ResponderExcluir