14 de outubro de 2011

Grito

Tumblr_lqzfwkpf0o1qhekvfo1_1280_large

Olheiras. O estranho gosto de café. Cabelos desfeitos. A madrugada.  Um pequeno livro amarelado. Mofado. Mentiras. Um monte de mentiras mal contadas. Mentiras veladas. Mentiras que são claras, mas que é preferível acreditar. A mentira que cobre a indecência, o vulgar, o ruim. Mentiras necessárias. Depois o sabor das lágrimas. E principalmente, a vontade de gritar. De libertar tudo o que se explode dentro de um corpo frágil e impuro, e imoral, e nojento e anormal. Um grito entre lágrimas. O grito carente. Aquele que só quer ser mais um. Ah, essa maldita vontade de gritar, e depois voltar no tempo. O peito dói. O suor das mãos e as dores nas costas. Perguntas. Sofrimentos. A dor de um grito contido. A dor da máscara mal colocada. A Repulsa dos lábios. Dos corpos. A inquietação. Os olhares disfarçados. Omitidos. Sufocados. Asfixiados. Doídos. E na madrugada, numa sala escura e vazia, ele brinca com a verdade, a verdade suja, a verdade errada, a verdade que se finge não ver, a verdade que ele quer que não vejam, e a verdade dolorosa, a verdade escondida. A única verdade que o faz realmente feliz... 
Olheiras, O estranho gosto de café. Cabelos desfeitos.O sol começa a nascer.

Nenhum comentário:

Postar um comentário